quarta-feira, 10 de julho de 2013

Não, ela não era tola.
Mas como quem não desiste de anjos, fadas,
cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy ends cinderelescos,
ela queria acreditar.


[Caio F, "Ao simulacro da imagerie", Estranhos estrangeiros]

quinta-feira, 2 de maio de 2013

entregue-se



Entregue-se   ~   Tiê

Eu me entrego pros dias de sol
Pra camisas de banda e até pra chocolates
Ou filmes de romance esquecidos na estante
Pros perfumes que deixam boas lembranças
Pras risadas que me tiram todo o ar
Às cores vibrantes do seu tênis
Que caminham em minha direção
Caminho devagar, se o tempo for bom
Não pense muito
No fim, tudo se adapta
Se alguém te deixou cego
Não questione, simplesmente vá
Se o errado pra mim for o certo
Eu não me importo
Se o errado pra mim for o certo
Eu não me importo, eu me entrego
Eu me entrego à sua bagunça na minha sala
A um bom livro antes de dormir
Ao hoje, ao agora e ao talvez…
Ao compromisso de realizar meus sonhos
Desapego até dos meus esconderijos, aos berros
Deixe a deixa aberta, aperte um sorriso
Num mundo colorido pra que viver apenas uma cor?
À música estrondosa, à casa vazia
Chão gelado e silêncio interior
Às bocas vermelhas, às meias de lurex
Às unhas compridas, tudo junto, só se for
Se o errado pra mim for o certo
Eu não me importo
Se o errado pra mim for o certo
Eu não me importo, eu me entrego
Eu me entrego apenas quando souber
Que o que iremos passar vai ter valido uma canção
Meia hora a mais na cama na segunda-feira
Um dia chuvoso bem embaixo do edredom
Ao colo de quem me aceita assim
A tudo que puder antes que a cortina feche
Até de malas prontas, me arrisco a compor
De um jeito que ninguém sabe
Sem sonhar com os pés no chão
Entregue-se àquilo que te faz sentir (3x)
Entregue-se àquilo que te faz

segunda-feira, 4 de março de 2013

Duas metades - Jorge e Mateus ♥



Pra falar do amor de verdade 
Vou começar pela melhor metade 
Te mostrar tudo de bom que tenho 
E se for preciso, eu desenho... 

Que eu amo você, Que eu quero você... 

A outra metade é defeito 
Você vai saber de qualquer jeito 
Anjo ou animal, suave ou fatal... 

O que de um grande amor se espera 
É que tenha fogo 
Que domine o pensamento 
E traga sentido novo... 

Que tenha paixão, desejo 
Que tenha abraço e beijo 
E seja a melhor sensação... 

Que preencha a vida vazia 
Mande embora a agonia 
E que traga a paz pro coração... 

É você! É você! 

Que preenche a vida vazia 
Manda embora a agonia 
E que trouxe paz pro coração... 

Que preenche a vida vazia 
Manda embora a agonia 
E que é dona do meu coração... 

É você! É você!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

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Tudo novo, de novo

seg, 31/12/12
por Bruno Medina |
categoria Instante Posterior
Em janeiro, ela vai se apaixonar, perdidamente; pela página em branco, pelo princípio de um movimento qualquer, pela iminência de viver algo novo e incomparável, algo que só neste ano poderia haver. Ela adora inícios. A sensação de não saber onde pisa, de tatear os rumos, de se deixar levar pelo primeiro vento que sopra.
Em fevereiro, ela vai se permitir ir um pouco além, pisar fora das linhas de segurança, olhar o próprio mundo de cima de uma árvore – de um outro quintal, quem sabe – sentir o calor do asfalto com os dedos dos pés, abraçar a vida como faria o mais dedicado dos foliões em plena quarta-feira de cinzas.
Em março, ela vai de encontro às tempestades. Sapatear nas poças de chuva, se sujar de lama até os joelhos, dormir ao relento, desdenhar do acaso. Vai se esquecer dos planos, dos amigos, do emprego e de tudo que é cabível, apenas para conhecer a extensão de seus limites.
Em abril, ela vai se olhar no espelho e enxergar que o verão terminou. Foi-se o tempo da picardia, da angústia e da afobação, dos exageros. É chegado o momento de pôr ordem na casa e voltar-se para si, sem sobressaltos, de experimentar a plenitude reservada aos que sabem que viveram intensamente.
Em maio, ela vai chorar. Não de felicidade, tão pouco por desgosto ou remorso, mas talvez por reconhecer a precária beleza do instante em que tudo está por um fio. O que ela foi e o que pretendia ser, agora, são como duas metades estranhas que se distanciam, um corpo que se desmembra sem qualquer resistência.
Em junho, ela vai adormecer profundamente e sonhar com o que está por vir. No sonho ela alcança o que buscava, no entanto, distraída pela inédita sensação de satisfação e alívio, desperta, sem conseguir lembrar-se do que era. Ao abrir os olhos, o que há para ser contemplado é o vazio.
Em julho, ela vai esmorecer. O ano chegou à metade e a impressão é de que todo o caminho foi percorrido em vão. Pela janela do quarto, parece que a cidade também parou: o ar gelado das manhãs escuras, os galhos lisos nas árvores e o silêncio das ruas só reforçam o desejo de nada ser.
Em agosto, ela vai hesitar; os dias de estagnação e dúvida se foram, cedendo lugar à lembrança do que estava em perspectiva durante os primeiros meses do ano. Se o tempo provou que não eram planos viáveis, eis a oportunidade para elaborar outros, mais passíveis de se concretizar.
Em setembro, ela vai voltar a acreditar em si mesma, aprender a conviver com as lacunas, com a falta de certezas, e a deixar-se permear pelo que está em volta. É primavera e, afinal, o que significa o espocar das flores senão o prenúncio do recomeço?
Em outubro, ela vai arregaçar as mangas, remexer a terra e dedicar-se à labuta, varar noites e noites elocubrando maneiras de reaver seus sonhos, estes que lamentavelmente se perderam ao longo do percurso.
Em novembro, ela vai sorrir e agradecer aos céus por sentir mais uma vez o ímpeto da transformação correndo nas veias, e por enfim compreender o imutável ciclo que rege sua existência: esvaziar o que está cheio para preencher o que está vazio.
Em dezembro, ela vai se despir de antigas convicções e, serena, abandonar o conforto de saber o que é para entregar-se às imprevisíveis possibilidades do novo, de novo. É sempre assim que acontece. Ao longe, já se faz sentir a brisa morna que anuncia o verão; é tempo de, mais uma vez, apaixonar-se pela página em branco.

Feliz Ano Novo! E que 2013 seja, para todos nós, repleto de conquistas e de intensidade!

Fonte: http://g1.globo.com/platb/instanteposterior/2012/12/31/tudo-novo-de-novo/

domingo, 4 de novembro de 2012

Ramirez - Sagitário

[Na minha cabeça, na minha playlist, a todo momento!]



Não pisque assim pra mim,
Que eu fico preocupado com o quanto eu vou passar o resto da minha semana pensando em você
Não ria assim que eu
Noto o quanto injusto que outros tantos, insensíveis, tenham seu sorriso bobo apenas por prazer
Não se aproxime mais
Seus mimos e carinhos são demais prum fraco como eu
De alma inteligente, coração inconsequente
Que do medo faz escudo pra se proteger
Do alto dos meus vinte-e-poucos anos, não sou forte ainda o suficiente pra saber o que fazer
Quando você me põe de cara com esses olhos verdes só pra ter de novo o prazer de ver um outro tolo aos seus pés
Eu sei, porém, que às vezes é difícil pra você se controlar
E não deixar transparecer que é o seu piscar-de-olhos o que desempata o jogo que me impede de gostar de alguém assim como você
Não finja que não viu
Meus olhos te disseram que até seu jeito de se pentear era perfeito, feito só pra mim
Não dê razão pro amor
Pensar que faz sentido que eu entregue o meu a uma que não me parece preparada pra entender
Não se aproxime mais
Sua ingenuidade me desfaz, engana e faz pensar que posso visitar seu mundo e enfrentar contigo os desafios
Correr riscos pra te proteger
Me diz se pra falar de amor precisa sentimento
Ou se me basta apenas ter vontade de te conhecer melhor que os outros incapazes de escrever de forma clara o que pensam sobre o que o seu olhar tenta esconder
Pior do que sofrer aqui sozinho é sofrer por medo de se envolver com quem não pode se envolver
E lamentar que os seus abraços tenham sido carinhosos a tal ponto que eu pensei que tinha chance, mas lembrei que aqui…
Do alto dos meus vinte-e-poucos anos, não sou forte ainda o suficiente pra saber o que fazer
Quando você me põe de cara com esses olhos verdes só pra ter de novo o prazer de ver um outro tolo aos seus pés
Eu sei, porém, que às vezes é difícil pra você se controlar
E não deixar transparecer que é o seu piscar-de-olhos o que desempata o jogo que me impede de gostar de alguém assim como você

terça-feira, 18 de setembro de 2012

renascimento

"(...) Necessito é do dente-de-leão na primavera. Do amarelo vívido que significa renascimento em vez de destruição. Da promessa que a vida pode prosseguir, independente de quão insuportável foram nossas perdas. Que ela pode voltar a ser boa. (...)"
[A esperança - Suzanne Collins]

terça-feira, 24 de julho de 2012